sábado, 25 de julho de 2009

Primeiro dia na Praça de Maio

Bom, depois de falarmos sobre nossa chegada no aeroporto de Buenos Aires, nós enfrentamos a não grata fila da imigração, fomos conduzido por um taxista não muito convencional e chegamos ao nosso entretido albergue Hostal de la Boca (e foi feita um post com uma "pequena" dissertação tanto do albergue quanto do Bairro La Boca heheh) . Em seguida, depois de uma produtiva caminhada pela Rua Defensa, finalmente chegamos à Praça de Maio! - da qual fiz uma introdução no último post deste blog.

A primeira vista, a Praça não tem nada demais. Não é muito grande e apesar de bonita e arborizada, não há nada que impressione muito. O interessante da Praça está no seu valor histórico - por isso ela pode aparentar bem superficial para um turista desinformado - ou também pela visita que pode ser feita à Casa Rosada. Ou, se a pessoa tiver sorte, ela pode se deparar com alguma interessante - ou então pitoresca - manifestação na Praça, seja política ou econômica, seja de caráter popular ou mais burguês, pois a Praça chama a atenção por ser o principal lugar de expressão e subversão dos argentinos no país

Já era mais ou menos seis horas da tarde quando chegamos na mais importante praça de Buenos Aires. Tivemos sorte de chegarmos a essa hora, porque por coincidência nos deparamos com um evento que ocorre todo dia mais ou menos nesse horário: a encenação do recolhimento da Bandeira (no Brasil o horário de hastemento da Bandeira é as oitos horas e o recolhimento as dezoito, na Argentina não me lembro ao certo, mas acontece um pouquinho mais tarde)



Soldados argentinos vestido de trajes históricos marcham até o espaço onde fica hasteada a bandeira nacional, em frente a Casa Rosada (na foto acima infelizmente a bandeira ficou cortada por ser muito alta). Lá se posicionam e dão início à solenidade do recolhimento da bandeira, a cerimônia é feita com muito aparato e pompa, com direito a belas encenações e música (esta é marcante principalmente pela excelente atuação da corneta no concerto), um interessante espetáculo teatral.

Ao fim da cerimônia ocorre o recolhimento da bandeira, o soldados puxam uma cordinha que trazem à bandeira ao solo e cuidadosamente a acomodam para ser transportada. Ela é carregada por dois soldados, porém três soldados a frente e mais três soldados atrás ajudam a fazer a escolta do símbolo nacional (totalizando oito militares). Teatralmente eles se retiram do lugar e elegantemente vão marchando até à Casa Rosada, onde a bandeira fica resguardada durante a noite - até a hora em que ela será hasteada novamente no dia seguinte.

Enquanto os soldados marchavam e protegiam a bandeira nacional, várias pessoas de longe tiravam fotos daquela cena. Enquanto isso, eu travessamente me aproximei dos militares para tirar uma foto mais ousada heheh. A foto foi tirada pelo meu pai e ficou legal (abaixo), porém a única coisa que não ficou tão legal foram os turistas que fotografavam de longe e ficaram brabos com o inesperado acontecido - responsável pela minha acidental aparição nas fotos alheias (uahuahu)



Depois que os soldados ingressaram na Casa Rosada, esta ficou livre para a visitação do público. Na visitação, os turistas são divididos em grupos que percorrem o interior da Casa instruídos por um guia - que faz uma apresentação geral do local. Eu e meu pai a adentramos, porém deparamos com um pequeno problema: estávamos sem a nossa câmera fotográfica que acidentalmente ficara no Brasil. A câmera foi comprada somente no dia seguinte (nosso segundo dia de viagem), o que mais tarde nos forçou a irmos novamente a Praça de Maio para que pudéssemos registrar nosso passeio com fotos (e novamente fazermos uma visita guiada - em espanhol - ao interior da Casa e ficarmos uma hora sem entender nada do que o guia fala uahuahu)

Como as fotos que fizemos no interior da Casa Rosada só foram registradas a partir do segundo dia (assim como todas as fotos já postadas até então no blog), deixarei para falar sobre a nossa visita aos corredores e recintos da Casa somente quando escrever o post sobre nosso segundo dia de visita à Praça.

Foto do meu pai com soldados ao fundo carregando à bandeira para ser resguardada no interior da Casa Rosada:

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A Praça de Maio

A Praça de Maio é a mais antiga praça da cidade de Buenos Aires e é considerada como lugar histórico nacional (tamanha sua importância para a Argentina) , visto que foi nela o lugar onde aconteceram os principais episódios históricos do país.

A praça passou por muitas mudanças até chegar aos dias atuais como a conhecemos hoje. As suas ruas, por exemplo, originalmente haviam sido ocupadas por jesuítas (mais ou menos até mil seiscentos e alguma coisa), porém todas as suas construções foram demolidas. Mais tarde, já em 1800, claramente a praça já era centro da vida política do país, chegando a seu auge ao ser - por exemplo - o local onde aconteceu o primeiro passo da independência da Argentina, que ocorreu em 1810, ou a jura a constituição em 1860. E em 1900 a praça foi parquizada, o curioso dessa história é que foram usadas palmeiras do Rio de Janeiro (capital brasileira à época) para este fim.

A praça é cercada por prédios históricos e importantes, incluindo a famosa Casa Rosada, sede do governo argentino. (Abaixo uma foto de eu e meu pai em frente à Casa Rosada)

"Casa Rosada", sede do governo argentino:



Para comparação: "Palácio do Planalto", sede do Governo Brasileiro:

(Qual é o mais bonito? Talvez não reste dúvida que pelo menos neste quesito nós ganhamos do nossos hermanos argentinos, né? heheh. Ou no mínimo, podemos dizer que o nosso pelo menos é mais moderninho... uaheuahu)

Uma característica marcante da Praça de Maio é ser o principal local de protesto e manifestações no País. Desde o famoso protesto das admiráveis "Mães de Maio" (mães que no passado resistiram ferozmente à ditadura militar e periodicamente se reúnem na praça de Buenos Aires para protestar e exigir notícias de seus filhos desaparecidos durante esse período - para saber mais sobre o assunto clique aqui) até militares caducos que - durante o "Dia do veterano de guerra" - até hoje saem as ruas para protestar contra a Inglaterra em função da Guerra das Malvinas e se reúnem na Praça de Maio onde espalham cartazes de protesto e constroem de improviso um tosco acampamento militar.

Grotesco acampamento militar construído no meio da Praça de Maio para protestar contra a Inglaterra e exigir que ela "devolva" as Ilhas Malvinas para a Argentina


Por sorte cheguei a ir na Praça de Maio durante o "Dia do Veterano de Guerra" e pude presenciar o acampamento e os cartazes de protestos.


O nome da praça faz referência à Revolução de Maio de 1810, que iniciou o processo de indepedência da Argentina em relação à Espanha, alcançado em 1816

A Praça de Maio, do ponto de vista turístico, é um dos locais mais óbvios de Buenos Aires. Numa analogia brasileira, ir à Argentina e não ir a praça de Maio, é semelhante a ir a Brasília e não conhecer o Eixo Monumental, onde fica a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto, o Congresso...