quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Antencedentes à viagem do Uruguai (fim do segundo dia de viagem)

Uma coisa que eu acho interessante de quem viaja à Buenos Aires, é de como muita gente faz um roteiro parecido:

Já que a Capital Argentina está próxima ao Uruguai, a pessoa faz um cruzeiro pelo Rio da Prata e desembarca na outra margem, mas especificamente na interessante cidade uruguaia de Colônia de Sacramento (patrimônio histórico da humanidade). Já aproveitando o passeio visita Montevidéu e depois de satisfeito retorna à Argentina



Minha tia (irmã por parte de pai) havia viajado para Buenos Aires antes da gente e nos passara essa informação.

Antes da viagem eu achei isso uma idéia fantástica (e de fato é), mas o que eu não imaginava é que isso fosse já algo clichê de tão batido: quando eu retornei ao Brasil, coincidentemente fiquei sabendo que dois colegas de universidade (Relações Internacionais Unb) - um do mesmo período e o outro uma veterena minha - também haviam viajados a Buenos Aires e quando eu conferi fotos de ambos em um site de relacionamentos levo um espanto: ambos haviam feito o mesmo trajeto que a gente e o no caso do meu colega de turma até o barco era o mesmo! (o da minha veterena não pude indentificar em fotos)

É um trajeto manjado, porém válido e bastante interessante (apesar do meu pai não ter curtido muito, mas uma parte disso se deve a nós termos sido bastante azarados quanto ao tempo climático rsrs - isso será relatado mais a frente)

Independente de ser algo manjado ou não, esse era o trajeto que prentendíamos fazer e que ocuparia nosso tempo pelos próximos dias

Logo que saímos da Casa Rosada aproveitamos que estávamos perto do porto (Puerto Madero) para que pudéssemos comprar passagens ou pelo menos conseguirmos informações sobre a viagem ao Uruguai. Quem disse que conseguimos achar o porto? As informações que conseguíamos nas ruas eram imprecisas e muitas vezes confusas, talvez porque quando perguntávamos pelo "Puerto Madero" não sabíamos que tratava-se do nome de um bairro também

Durante as minhas andanças para achar tal porto (enquanto meu pai já exausto descansava em um praça), coincidentemente encontrei o Ministério do Exército Argentino, onde pude tirar fotos em frente ao Edifício Libertador e veículos militares:


Edifício Libertador (Ministério do Exército)



Em frente a um ex-tanque de guerra do exército argentino



Outros veículo militar dos hermanos


Continuando a busca pelo porto, foi conseguida a preciosa informação que estávamos equivocados quanto a compra da passagem. Apesar do barco partir do "Puerto Madeiro" como nós já fazíamos idéia, a passagem deveria ser comprada no Retiro: um bairro argentino igualmente portuário, porém um pouco distante do local onde nós nos encontrávamos.

Retonarmos para o albergue já cansados do nosso segundo dia de viagem, porém não sabíamos que basicamente o nosso terceiro seria quase todo ocupado em resolver nosso objetivo de viajar ao Uruguai.

De qualquer forma, não demoramos a dormir, já que no dia seguinte acordaríamos cedo para ir no "Retiro"

domingo, 11 de outubro de 2009

A Casa Rosada

Voltando a cronologia normal do blog, após eu passar meu tempo batendo fotos na Praça de Maio e chamar meu pai na Catedral para a cerimônia da bandeira, chegara a hora de fazermos uma visita guiada a Casa Rosada. Era a segunda vez que fazíamos essa visita, não pelo fato dela ter nos maravilhado (já que o guia falava um espanhol de difícil compreensão) e sim porque dessa vez tínhamos câmera para tirarmos foto



A principal dúvida que surge quanto à Casa Rosada é em relação a sua principal característica: porque quem ascende ao mais importante cargo político da Argentina tem que morar em uma casa cor-de-rosa? (acredito que Clodovil iria se sentir em casa hehehe)

Especula-se que o principal motivo para isso é porque as tintas feitas a base de sangue de vaca (que dá a tonalidade rosa da foto) eram as tintas mais baratas da época em que o edifício foi construído

Mas, como tudo que é símbolo nacional tem que ser envolvidos por lendas que as torne grandioso, hoje é ensinado nas escolas argentinas que a cor rosada é uma união do vermelho e do branco - cores símbolos dos dois principais partidos políticos - que representaria a paz e conciliação entre os partidos rivais! (mais alguém notou semelhança com aquela história romântica de que o verde e o amarelo da bandeira brasileira representa nossas riquezas naturais?)

Eu e meu pai em frente a estátua de San Martin - grande general argetino (peça fundamental na independência de vários países da América do Sul)


A Casa Rosada possui fama internacional por ter sido palco para importantes manifestações políticas e também artísticas.

Algumas fotos que tiramos no interior da Casa Rosada:

Vitral italiano que pode ser visto logo em que se adentra à Casa


Aposento no interior da Casa Rosada que conta com uma interessante parte a céu aberto


Subitamente nos aproximamos do guarda que nos guiava para tirarmos uma foto (depois que fizemos isso, o pobre do guarda ficou disputado pelas câmeras porque todos os visitantes que vinham no nosso grupo quis fazer igual uhuahua)


Duas escadas na Casa Rosada levavam os visitantes para o primeiro andar, onde pode se ver o Salão Branco e os Salões Presidenciais



Salão Branco: (sede das grande recepções oficiais)




Salões presidenciais: (como só eram permitidas após o recolhimento da banderia, as visitas guiadas à Casa Rosada não atrapalhavam o expediente presidencial)




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Por último, foto que tiramos na Galeria de Bustos (estátua de ???) enquanto o nosso guia nos entendiava com incompreensíveis palavras em espanhol

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Crise na Igreja



"CONTRIBUIÇÃO VOLUNTÁRIA
A Catedral Metropolitana é de todos. É tua, é minha, é nossa.
E necessita de nossa ajuda.
Há muitos gastos que cubrir; e lamentavelmente nossos recursos são escassos.
Sabemos que estamos atravessando uma situação de crise e que as possibilidades de coloborar se tornam mais difíceis para todos.
Por isso que estamos trabalhando para poder pagar todos esses gastos
Estás disposto a colaborar com a Catedral?"

A grande crise do fim da era Bush não afetou somente os grandes bancos ou a indústria automobilística. A "mensagem" acima nós pegamos em nossa visita a "Igreja Catedral" e estas estavam disseminadas em grande quantidade pelo templo, mostrando que até mesmo a tradicional Igreja Argentina fatigou perante a desconjuntura internacional do período.

Foto da Igreja que visitamos nas proximidades da Praça de Maio:
Foto extraída do blog do meu pai, de um post que conta com um interessante texto sobre a Via Sacra, clique no link abaixo:


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Polícia Federal na Argentina

Polícia Federal no Brasil:


Agentes federais brasileiros em mais uma mega-operação contra os grandes chefões do crime organizado



Agente federais brasileiros na operação "salvadores da pátria"



Polícia Federal na Argentina:


Agente federal argentino... ééé... vigiando uma praça?


Agente federal argentino... ééé... falando no telefone público?
(o salário não dá para pagar um celular, não?)


Confesso que nos chocou a primeira vez que olhamos um policial federal na Argentina (as fotos acima é de nossa autoria, mostra alguns agentes espalhados pela Praça de Maio), vendo um agente federal ali - com uniforme de operário e vigiando uma praça igual um guardinha civil - a primeira coisa que eu pensei é que havia algo de muito errado naquela cena

Depois do susto inicial, eu e meu pai debatemos e chegamos a conclusão que a Polícia federal na Argentina deveria ser semelhante a Polícia Civil no Brasil (para assuntos mais locais), e que deveria haver uma outra força policial no "país do tango" que atuasse de forma semelhante à Polícia federal brasileira

Hoje, pesquisando na Wikipedia, pude ver que estávamos errado... na Argentina existe a Polícia Provinciana para os assuntos locais e a Polícia Federal de lá tem praticamente as mesmas atribuições da Polícia Federal daqui

O que nos levou a conclusões erradas é que na Argentina existe uma exceção para a capital nacional, onde a Políca Federal assume também o papel da Polícia Provinciana (ou civil no caso do Brasil), por isso que vimos em Buenos Aires policiais federais espalhados pela rua...

agora eu fico imaginando se não é uma situação embaraçosa ser concursado, possuir um salário equivalente a cinco ou dez mil reais e ter um cargo de agente federal para ser obrigado a passar o dia em pé e ter a função de vigiar uma praça hehehehe

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Segundo dia na Praça de Maio!

Depois de comprarmos a câmera e almoçarmos no Shopping Alto Palermo, partimos novamente para a "Plaza de Mayo" já que - como já comentado - não tínhamos registrada a Praça em fotos no primeiro dia que fomos lá

Pegamos um metrô e descemos na Estação Catedral, que é apenas uma entre tantas outras inúmeras estações que dão acesso a uma das mais importantes praças de Buenos Aires


Entrada de um metrô na Praça de Maio

Chegando à Praça ainda faltava bastante tempo para que se desse a início a cerimônia de recolhimento da bandeira e ao momento em que a Casa Rosada ficava aberta ao público, que ocorria logo após a cerimônia. Aproveitamos o tempo livre para visitarmos uma igreja histórica próxima à praça - a Igreja Catedral - mas infelizmente não era permitido tirarmos foto lá dentro. Em seguida uma missa começou a ser rezada, meu pai - que estava cansado - ficou sentado lá escutando uma agradável e compreensível missa em espanhol (inclusive comentou que a pronúncia do padre era horrível auhauahu), enquanto eu voltei para a Praça de Maio e fiquei "brincando" de tirar foto para passar o tempo, como se pode ver nas fotos abaixo heheh

Criança argentina brincando com os pombos:


Nunca vi um local tão cheio de pombos como essa Praça de Maio, era pombo em todos os cantos rs:


Mãe e filha alimentando pombos em frente a Casa Rosada:


Essa foto ficou legal, a garota alimentando o pombo na mão com a Casa Rosada ao fundo:


Não só de pombos vive a Praça de Maio, né? heheh

Como já falado em um post passado, a Praça de Maio é um dos principais lugares dos mais diversos tipos de protestos que ocorre na Argentina e eu tive a sorte de está presente no dia de uma dessas manifestações

Chegando na Praça de Maio eu fui surpreendido por ela está cheia de bandeiras e faixas com as cores branca e azul do país do tango, era o dia do Veterano de Guerra (8 de fevereiro), uma homenagem aos militares argentinos!

Uma manifestação de patriotismo por parte dos militares nesse dia seria algo completamente normal e aceitável, porém o que podia ser visto na Praça naquele dia ia muito além disso: os militares acampavam no meio da Praça e o assentamento era feito de forma bem bizarra, de improviso como se eles ainda tivessem no meio de um conflito militar.

Para completar a bizarrice da cena, eles espalhavam várias faixas pela praça para protestar (pasmem!) contra a Guerra das Malvinas! Não sei se ainda hoje existem americanos que ainda fazem fervorosos protestos pela Guerra do Vietnã (heheh), mas era engraçado ver aqueles militares lá com cartazes de "O sangue derramado jamais será negociado" ou "As Malvinas são e serão argentinas" como se a guerra ainda estivesse em curso...

O pior de tudo não é nem a caduquice daqueles militares, é saber que em pleno século XXI ainda existe alguém da valor a uma dais mais curtas, sangrentas e desnecessária guerra que aconteceu no século XX, promovida de forma artificial por uma ditadura militar numa tentativa imbecil e desesperada de recuperar sua decadente imagem perante a população

Fotos dos cartazes espalhados pela praça:


"As Malvinas são e serão argentinas"
"O sangue derramado jamais será negociado (pela honra de nossos irmãos mortos nas ilhas, no oceano e no continente)"



"Memoria, justiça, sin olvido (Memória, justiça, sem esquecimento) "

Nessa foto dá uma para ter uma bela visão do acampamento improvisado no meio da Praça (observe o tiozão falando ao telefone heheh):


Outra foto do acampamento mostrando as faixas na lateral:


Adentrando o acampamento para tirar uma fotinha (heheh):


Uma última foto, parte de trás do acampamento:

"Acampamento da Praça de Maio. Veteranos de Guerra NÃO reconhecidos"

Apesar de eu está sozinho passeando pela praça (enquanto meu pai descansava na igreja), eu apareço em algumas fotos... adivinha quem tirou a quinta foto da sequência acima?

A Cristina? O Maradona? Não, não... chegou perto... ninguém menos que a Polícia Federal! Uhuhauha, pode parecer uma piada sem graça e sem contexto, por isso que garanto que não é uma piada... estou falando sério, enquanto a Polícia Federal aqui no Brasil tem todo aquele status e aquela aura de salvadores da pátria, a polícia federal na Argentina mais parece com... com... uma piada! Isso mesmo, a começar pelo uniforme que mais parece de um operário de chão de fábrica... eu humildemente pedi para o cidadão bater uma foto e - sem saber que era um agente da polícia federal em seu traje de serviço - eu fiquei com pena do coitado e até cogitei ensiná-lo a usar a câmera pensando que era um pobre peão :( rsrsrs... tudo bem admito, essa última foi piada heheh...

Vou guardar para o próximo post uma foto do cidadão para o leitor saber do que estou falando... enquanto até o taxistas de Buenos Aires parecem respeitáveis agentes da polícia quando estão em seu carro (clique), o pobre do cidadão que é nada mais que agente da polícia federal nem policial parece, se assemelha mais a um guardinha de rua heheh :D

Mudando de assunto, depois de horas batendo fotos na Praça (e depois de ter feito um policial federal de fotógrafo) aproximava-se o horário da Cerimônia da Bandeira. Abandonei meu passatempo e corri para Igreja para chamar o meu pai, quando retornamos à praça a cerimônia já estava a alguns minutos de seu início

Não vou falar neste post como ocorre essa teatral cerimônia, porque já a descrevi detalhadamente no post "Primeiro dia na Praça de Maio" (clique!) . Após as belas encenações da solenidade de recolhimento da Bandeira Argentina, pudemos fazer uma visita guiada à Casa Rosada... o que já é assunto de um próximo post!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Segundo dia de viagem! (Shopping Alto Palermo)

Domingo era nosso segundo dia de viagem em Buenos Aires e a primeira vez em que nós acordávamos no Hostal de la Boca



Uma coisa é certa: não se deve esperar muito de um café da manhã em um albergue! No máximo um pão e um café! E torcer para que tenha um pouco manteiga para por no pão e pouco de leite para misturar com o café...

Mas quando chegamos na cozinha, nem café, nem pão! Como já falei uma vez, o albergue inteiro (que era relativamente grande) tinha um único funcionário (o Damián) e acho que não era sensato esperar que além de tomar conta da correria do dia-a-dia do albergue, ele ainda fosse se preocupar em nos servir café, pãozinho e uma geléia de morango para acompanhar, né?

Pois é, a cozinha era uma pequena mesa, armários para dispensa e uma geladeira, quem quiser que comprasse e cozinhasse... como nós não tínhamos nada comprado, tomamos nosso café-da-manhã "en la panaderia vecina a lo hostel" (na padaria vizinha ao albergue)

Depois do café, retornaríamos ao Shopping Alto Palermo já que necessitávamos comprar a câmera. Na noite anterior, apesar do equívoco do shopping fechado, já tínhamos escolhidos na vitrine a câmera digital a qual nós compraríamos no dia seguinte. Pegamos um ônibus e novamente descemos longe do nosso destino (não sei se foi por equívoco novamente rs) e mais uma vez tivemos que pegar um taxi para ir ao "Alto Palermo"

Uma vez no Shopping Alto Palermo, compramos uma câmera digital (já que a nossa havia ficado por engano no Brasil). Ufa, finalmente podíamos nos sentir um turista menos incompleto, porque fazer uma viagem e não ter câmera para registrar é como querer escutar música e ser surdo!

Finalmente estávamos livre para tirar fotos! Isso era algo tão importante que chegamos a considerar o nosso primeiro dia de viagem como perdido - visto que havia sido improdutivo porque não havíamos registrado nada. Por isso decidimos que nosso segundo dia seria nada mais que uma repetição do primeiro (só que com fotos): logo, mais tarde retornaríamos a Praça de Maio!

Além da câmera, compramos no "Alto Palermo" outra coisa que nos seria bastante útil durante a viagem: uma caneta (você nunca sabe quando vai precisar, por isso carregue uma! hehehe) e um dicionário "português-espanhol" - esse pode parecer supérfluo para duas línguas tão parecidas, mas é muito importante e cômodo carregar um pequeno dicionário de bolso: ele nos foi muito útil em diversas situações, sem ele seria bem mais complicado entender o que é "pollo" (frango) ou pedir uma "gaseosa" (refrigerante)... o que complicaria ainda mais nossa atrapalhada situação ao fazer um pedido na lanchonete hehehe.

Mas lanchonete é coisa de americano, os argentinos - que são muito parecidos com nossos amiguinhos gaúchos - gostam mesmo é de churrasco! Nada melhor do que almoçar na "Parrilla (churrascaria) Argentina":


Depois que eu bati essa foto, uma segurança do Shopping veio me chamar atenção, advertindo que não era permitido fotografar as áreas comerciais, uahuah...

Depois do almoço, descansamos na parte externa superior do "Alto Palermo", onde dá para ter uma visão privilegiada cidade de Buenos Aires. Mais tarde, pegaríamos um metrô em direção à Praça de Maio. Iríamos repetir o trajeto do dia anterior! (já que dessa vez tínhamos câmera e podíamos registrar o que víamos durante nossa viagem)

Nota: Uma grata surpresa que tivemos durante nosso passeio no "Alto Palermo" foi descobrirmos uma grande variedade de livros brasileiros em uma livraria do Shopping. Encontramos desde de autores mais célebres - "como Machado de Assis, Paulo Coelho, Graciliano Ramos, José Lins do Rego" - autores menos conhecidos - "como Fernando Morais ou Rubem Fonseca" - a até mesmo autores que nem mesmo deveriam ser citados, como "Sarney" - e o seu livro de gosto duvidoso "O dono do Mar"(...anhão rs)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Fim do primeiro dia de viagem!

Depois de trilharmos pela Praça de Maio e pela Casa Rosada e ficarmos impossibilitado de tirarmos fotos, concluímos que a viagem não poderia continuar a partir daquele ponto se nós não comprássemos uma câmera digital. Eram oito para oito e meia quando saímos da Praça de Maio, bastava que comprássemos a câmera, jantássemos e voltássemos para o albergue para encerrarmos o nosso primeiro dia de viagem. Mas várias situações aconteceram nesse meio tempo e merecem ser relatadas

Começando pelo incidente do metrô...

Visando a compra da câmera digital, resolvemos que partiríamos da Praça para o Shoping Alto Palermo (famoso shopping center de Buenos Aires) por meio de metrô - visto que, as várias estações na Praça de Maio praticamente convidam o turista para o uso deste meio de transporte. Abrimos nosso mapinha "metroviário" de Buenos Aires (que nos fora fornecido pelo próprio albergue) para vermos como chegaríamos à estação Palermo, não obstante pedi informação a um guarda que - com um difícil espanhol - só consegui entender que deveríamos entrar numa estação do outro lado da Praça.

Acreditando que a informação fornecida pelo guarda foi corretamente compreendida pela gente, nos dirigimos ao fim da praça, descemos para a estação subterrânea - onde conhecemos um gaúcho - e dentro de alguns minutos estávamos viajando no metrô: íamos felizes, e enquanto isso meu pai extrovertidamente tentava improvisar um portunhol para papear com argentinos presentes no interior do trem. Ia tudo tranquilo se não fosse por um pequeno "porém", depois de um tempo sentir uma sensação estranha por uma falta de algo, cutuquei meu pai e fiz a observação: "-Pai, nós não pagamos!" "O quê? Como assim?"

"Que raios de metrô é esse em que entramos sem pagar???" - pensei. A situação estava muito estranha, tentamos conversar sobre o assunto com os argentinos que viajavam no mesmo vagão que a gente. Depois de escutarem nosso dilema - e possivelmente terem nos entendidos - eles perguntavam muito se nós não passamos por um tal "molinete" (?), só depois fomos descobrir que eles se referiam ao que em bom português nós chamamos de "catraca".


Foto da entrada de um metrô na "Plaza de Mayo"

Realmente, nós não havíamos passado em nenhuma catraca, já que nós não descemos para a estação por uma escada (como na foto acima) e sim por um elevador. - aí estava a solução (ou melhor, a causa) do problema. Até hoje não entendi o motivo do elevador por onde passamos dar esse estranho acesso "gratuito"(?) ao metrô. Será se este era reservado a deficientes físicos e idosos que não pagam pra viajar? Não sei, só sei que apesar de ficarmos grato com a "entrada franca", nós não repetimos a presepada no dia seguinte. Já que queríamos apenas uma corrida no metrô e não uma corrida para o Brasil na condição de brasileiros deportados heheh

Saímos do Metrô e logo em seguida pudemos notar um outro equívoco: percebemos que apesar de termos descido na estação "Palermo" não estávamos próximo ao shopping "Palermo" como pretendíamos. O que não sabíamos era que estação Palermo referia-se ao "bairro" Palermo (muito grande em sua extensão) e não ao shopping Palermo, local onde pretendíamos ir. Andamos bastante e várias vezes no desiludimos com informações erradas (ou mal-compreendidas!) até descobrirmos que o shopping estava na verdade a alguns quilômetros das esquinas em que tentávamos procurá-lo. Depois que ficamos sabendo do nosso equívoco, paramos na Lan House mais perto para descansarmos um pouco e sobretudo darmos sinal de vida para nossos amigos e parentes que estavam no Brasil.


Foto tirada no interior do shopping Alto Palermo

Depois de aproveitarmos a Lan House, resolvemos que iríamos ao Shopping Alto Palermo de uma forma mais direta e -pelo menos dessa vez- livre de erros: pegaríamos um táxi! (opção bem cara no Brasil, porém na Argentina é uma opção incrivelmente mais barata).

Uma coisa interessante que notamos na nossa corrida de Táxi no bairro Palermo foi uma "franquia" da Igreja Universal, mostrando que essa é um igreja realmente flexível: aceita reais, pesos, dólares... e do jeito que as coisas vão indo, se brincar daqui a pouco ela tá mais universal que o próprio McDonald heheh. No dia seguinte inclusive tentamos retornar ao mesmo lugar para bater foto da "filial" argentina da Igreja Univer$$al, mas como não obtivemos sucesso, vou postar aqui uma foto retirada do Google argentino:



Quando chegamos ao Shopping, outro equívoco... Era mais ou menos dez e vinte da noite quando chegamos ao Alto Palermo, o movimento era pouco, mas as luzes do Shopping e das lojas estavam todas ligadas. Aproximanos-nos de uma garota que sentada tomava seu sorvete para pedirmos uma informação dela de onde poderíamos achar um loja que vendesse câmera digital... "eita, informação difícil de compreender, hein?"... a gente esperava da garota uma resposta de onde ficava a bendita loja, mas o que a garota tentava explicar era que já estava tudo fechado, porém como todas as luzes estavam ligadas normalmente e ainda tinha um certo movimento pelo shopping a gente teve dificuldade para compreender isso. E a garota em vez de falar mais devagar, repetia a mesma coisa várias vezes, demorou um tempo para decifrarmos um "tudo cerrado" no meio das frases que ela repetia e enterdemos que ela não estava tentando explicar a localização de uma loja heheh

Depois de mais um equívoco naquela noite - pela viagem perdida por causa do Shopping que já se encontrava fechado (o taxista deveria ter nos avisado rsrs) - decidimos que já podíamos encerrar o dia para acordarmos disposto na manhã seguinte. Enquanto pedíamos informações na saída do shopping, observamos uma coisa que nos impressionou muito em nossa viagem pela Argentina: a quantidade de pessoas que dominavam o inglês! Era uma coisa impressionante, quando pedíamos informação em português ou quando demostrávamos não dominar muito o espanhol, era muito comum os argentinos nos desafiarem no inglês. Durante nossa viagem isso ocorreu várias vezes, seja com jovens causuais no shopping (nesse dia), atendentes de loja de roupa (no dia seguinte), populares na rua enquanto pegávamos ônibus e até mesmo (pasmem!) um feirante tentou arranhar um inglês comigo para explicar onde ficava uma determinada rua. Enquanto no nosso país é difícil encontrarmos até mesmo jovens universitários que dominem bem o inglês, como brasileiro fiquei impressionado com este fato na Argentina.

Pegamos o ônibus para a casa e mais uma vez algo deu errado: não sei se foi por informação mal compreendida ou se novamente nos equivocamos, mas ficamos bem longe do nosso albergue quando descemos do nosso coletivo. Ficamos próximo a um posto e aproveitamos para pedir informação sobre como poderíamos ligar para o Brasil, o frentista nos apontou um orelhão e explicou que na Argentina o telefone público só funcionava com moedas... "Que dificuldade que tivemos para operar esse orelhão, hein?" A gente colocava a moeda mas ela quase sempre retornava caindo na parte de baixo e nós nunca conseguíamos ligar, tivemos que pedir ajuda para um segurança que nos orientou até conseguirmos efetuar a ligação, só sei que o saldo final desta brincadeira foi um prejuízo de "dois pesos", que não sei como - nem porque - a máquina engoliu sem nos conceder ligação alguma rsrs.

Depois de eu e meu pai falarmos com minha mãe que ficara no Brasil, aproveitamos o restaurante que estava em frente ao telefone público para comermos. Jantamos no Restaurante Undici, que fica no encontro da avenida Monte Oca com a Martim Garcia, a mais ou menos meio quilômetro do albergue. Durante nossa viagem, chegamos a jantar mais de uma vez nesse restaurante e nele aconteceu algumas situações engraçadas, quando este restaurante for novamente citado, eu contarei um pouco sobre algumas dessas situações. Após a janta, abrimos nosso mapa e vimos que era só descer pela Martim Garcia que chegávamos ao nosso albergue. Descemos a avenida e chegamos a pé no Hostal de La Boca. Por volta da meia-noite já estávamos dormindo - e nos preparando para mais um aprazível dia de viagem...